Brasil - Após 7 horas de negociações com a Polícia, Jac Souza dos Santos, de 30 anos, se entregou, depois de libertar o refém que mantinha sob a mira de um revólver de brinquedo, no 13º andar do hotel Saint Peter, no centro de Brasília.
O refém, o mensageiro José Ailton, foi rendido por Jac por volta das oito e quarenta da manhã desta segunda-feira e obrigado a vestir um colete com explosivos falsos. Segundo a Polícia, o crime foi premeditado. O sequestrador escreveu cartas, no dia 26 deste mês, e gravou a voz em um CD, no dia 19, explicando as razões e pedindo desculpas à família, à população e aos jornalistas, pelo ato que iria cometer.
Conforme informou o delegado Paulo Henrique Almeida, o sequestrador pretendia 'acordar a população'. As exigências eram todas de caráter político. O homem demandava a renúncia da presidente Dilma Rousseff, a extradição do terrorista italiano Cesare Battisti e o cumprimento da Lei da Ficha Limpa. O delegado Paulo Henrique contou que a negociação foi bastante tensa, já que o sequestrador ameaçava detonar os explosivos a todo o tempo.
"O que preocupava os negociadores era a falta de uma pauta concreta, de uma demanda concreta para a gente. Isso dificultava muito e ele sabia que a gente não ia poder cumprir, então ele sempre ameaçava explodir. Essa ameaça era constante, então isso preocupou muito, mas os negociadores em momento nenhum desistiram, perseveraram e a gente teve esse desfecho exitoso."
O refém foi retirado do local de helicóptero para receber cuidados médicos e apoio psicológico. O sequestrador está preso em uma delegacia de Brasília. Jac dos Santos é ex-secretário municipal de agricultura e candidato a vereador derrotado em 2008, na cidade de Combinado, no Tocantins, e trabalhava atualmente em campanha política no estado.
Reportagem, Demétrius Crispim