Brasil - Os produtores de leite e criadores de gado estão sofrendo as consequências da seca em Minas Gerais. Com a falta de chuva, os pastos estão secos, não tem água para dar para o gado, o que reflete na produção do leite.

O criador de Piuí, na região oeste de Minas Gerais, Lucas Eduardo Coimbra, puxa água de fora da fazenda para o gado beber, além de utilizar de silos de milho para complementar a alimentação dos animais. De acordo com criador de gado, a seca está causando prejuízos para os produtores e vai ter repercussão na produção de leite até ano que vem.

"Até hoje não choveu. Temos aí um mês e meio que deveria ter chovido, então, até hoje, nós não conseguimos plantar a safra do próximo ano. A gente acha que a repercussão disso aí vai ser maior no ano que vem também porque atrasou o plantio e, possivelmente, não vamos dar conta de fazer safrinha. Quebrou bastante, quebrou uns 30%. Porque, tem dia que falta água, tem dia que a gente não dá conta de puxar, a água que a gente está usando é água de baixa qualidade, uma água contaminada, então tem causado muita doença no rebanho. Então, tem dado vários problemas. A média de quebra é de 25, 30 por cento."

Segundo a Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais, os produtores de leite de todo o estado estão sentindo na pele as dificuldades causadas pela seca. Alguns criadores, inclusive, precisam vender os animais para o gado não morrer de fome. De acordo com o médico veterinário da Associação, por causa da falta de pasto, os produtores precisam gastar cerca de 30 por cento a mais com rações e silos para repor a alimentação dos animais.

"Os criadores de gado vêm sofrendo, nesses últimos meses, porque basicamente a alimentação dos animais, aqui na nossa região, é através de pastos. Então, com essa seca, os animais ficam sem oferta de alimentação nas pastagens, onde obriga os criadores a estar buscando outras alternativas como silagem de milho, cana de açúcar. A seca está bastante prolongada, então, nós observamos que a produção de leite aqui no nosso estado, desses criadores que usam pasto, a produção de leite tem diminuído bastante, consideravelmente."

A expectativa da associação é que com a chegada do verão, principalmente, a partir de janeiro, a situação da seca em Minas Gerais volte ao normal. Apesar desse cenário, o litro do leite tipo B segue com tendência de estabilidade nos preços e é vendido a um real e nove centavos, no estado mineiro.


Informações e reportagem, Aline Reis