Brasil - O excesso de chuva que caiu nos últimos meses no Rio Grande do Sul reduziu em 30 por cento a safra de cevada no estado. Mesmo com a grande quantidade de chuva que caiu e o pouco frio para o desenvolvimento do cereal, o cultivo ainda é um bom negócio para os produtores, por conta da garantia da compra e venda do produto.

Hoje, a cevada produzida no Rio Grande do Sul tem destino certo: uma maltaria em Passo Fundo, noroeste do estado. O preço mínimo pago pela tonelada é de 560 reais, 17 por cento a mais do que no ano passado. Apesar do pensamento positivo do mercado, o produtor de cevada Gabriel Albuquerque, de 46 anos, está preocupado com as consequências da chuva na lavoura de cevada.

"Normalmente se tem 95 por cento de cevada de primeira. No ano que tem bastante chuva esse percentual de primeira cai bastante. Com o aumento de cevada de segunda fica mais difícil. Da mesma forma não temos preços bons comparados nos últimos anos e ainda temos a questão da qualidade."

Para o assistente técnico da Emater no Rio Grande do Sul, Ataídes Jacobsen, as perdas dos produtores rurais do estado pode ser pior do que os 30 por cento já registrados.

"A expectativa inicial era que nós colhêssemos algo em torno de 100 mil toneladas do grão. Provavelmente não vamos atingir esse volume. Em função do comportamento adverso que nós tivemos, até que essas perdas quando contabilizadas, além da quantidade, as perdas qualitativas, elas podem ser agravadas."

O Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de cevada, só perde para o Paraná. Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural, Emater, o estado tem cerca de 40 mil hectares de área plantada, 20 por cento a mais do que no ano passado, mas apesar do aumento das lavouras, a expectativa é de uma colheita menor, já que houve queda na produtividade por causa do clima.


Informações e reportagem, Victor Maciel